*Por Dr. Paulo Lisboa Bittencourt (CRM 14.498), Coordenador da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia (UGH) do Hospital Português, em 3 de novembro de 2005.
Hemorragia digestiva é uma síndrome clínica cuja principal manifestação é a exteriorização de sangramento proveniente do tubo digestivo, sob a forma de vômitos com sangue (hematêmese), vômitos borráceos, exteriorização de sangue vivo (enterorragia) ou de líquido borráceo (melena) pelo ânus. Ocorre numa freqüência de cerca de 100-300 casos por cada 100.000 habitantes/ano e se associa à mortalidade de 10% a 30%. A mortalidade é variável a depender da magnitude do sangramento, da idade do paciente e da presença de co-morbidades.
A hemorragia digestiva é classificada em alta, caso a topografia do sítio de sangramento se situe entre a boca e o ângulo de Treitz, e baixa, caso a lesão hemorrágica se encontre entre o ânus e o ângulo de Treitz. A hemorragia digestiva alta (HDA) é ainda subclassificada em HDA varicosa (causada por varizes esôfago-gástricas) e HDA não varicosa (causada por outras lesões do trato gastrointestinal superior). A HDA varicosa ocorre principalmente em pacientes com cirrose hepática descompensada e se associa a alta morbimortalidade.
As principais causas de HDA em pacientes admitidos na Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia (UGH) do Hospital Português de Salvador, Bahia, no período de 2001 a 2004 foram úlceras pépticas (27%), gástricas (15%) ou duodenais (12%); varizes esofago-gástricas (25%); esofagites (10%); gastrites hemorrágicas (8%) e a lesão de Mallory Weiss (5%). No mesmo período, as principais etiologias da hemorragia digestiva baixa foram doença diverticular dos cólons (35%), doença orificial (17%), pólipos (5%), angiodisplasias (3%), doença inflamatória intestinal (3%), colite isquêmica (3%) e colite actínica (3%) 1.
Ruthe.
 
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