sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cárie Dentária


Degeneração dos tecidos duros do dente, que amolecem, desagregam-se e perfuram-se progressivamente. Essa afecção, cada vez mais difundida, resulta da ação simultânea de diversos fatores, denominados cariógenos. Os micróbios, que vivem normalmente na boca (flora bucal), misturam-se com a saliva e os alimentos para formar uma espécie de revestimento, que adere à superfície dos dentes, sob forma de placas, ao nível das quais os micróbios (sobretudo o lactobacilo acidófilo) transformam os açúcares dos alimentos em detritos ácidos (sobretudo em ácido lático). Estes destroem o esmalte protetor dos dentes e cavam minúsculas brechas, nas quais se acumulam os detritos alimentares, misturados com a saliva e os micróbios, sobretudo os estreptococos. A destruição tissular assim provocada progride cada vez mais através da dentina, para atingir os vasos e nervos da polpa. Devemos, entretanto, observar que certos pontos desse mecanismo ainda permanecem obscuros e que existem numerosos fatores que favorecem a cárie, como a má higiene da boca, alimentação muito rica em açúcares (abuso de doces, guloseimas, refrescos, etc.) ou em calorias, mas pobre em vitaminas e sais minerais, portanto, alimentação desequilibrada.
Alteração do estado geral e, sem dúvida alguma, o terreno hereditário, podem igualmente ser levados em consideração. O papel exato desses diferentes fatores e o mecanismo de suas interações ainda são mal conhecidos. Todos esses fatores cariógenos só atuam geralmente vários meses ou vários anos mais tarde. Os primeiros sintomas da cárie dentária sempre passam despercebidos, pois são assintomáticos; só um dentista é capaz de descobri-los a tempo por meio de instrumentos apropriados. Na fase em que aparece a mancha escura, a cárie já se acha bastante adiantada e, por falta de tratamento, uma cavidade começa a formar-se, a qual apresenta o risco de infecção e transformação em abscesso dentário. A dor é um sintoma bastante tardio, que aparece quando a destruição atinge as terminações nervosas do dente e as expõe às agressões exteriores, sensibilizando para o frio (sorvetes), o açúcar (doces), as fermentações bucais, etc. A inflamação causa sofrimento constante e muitas vezes agudo. A pressão é dolorosa sobre o ponto da cárie, mas provoca poucas reações no próprio dente.
A infecção, porém, causa dor intolerável, que aumenta violentamente à mais leve pressão sobre o dente ou mesmo sobre as regiões vizinhas.

           Para evitar a cárie, deve-se cuidar cedo, mesmo antes de seu aparecimento. Com efeito, os dentes de leite (bem como todo o esqueleto) da criança começam a calcificar-se durante a vida fetal, onde a alimentação da futura mãe deve conter cálcio em quantidade suficiente, sob forma de leite ou de produtos derivados, como o iogurte, o queijo, etc. ou complemento medicamentoso. Após o nascimento, o leite materno, preferível à alimentação artificial, garante à criança dentição sólida, que deverá ser mantida graças a uma higiene alimentar e buco-dentária escrupulosamente observada, com mastigação de alimentos sólidos a partir do décimo primeiro mês, alimentação sadia e equilibrada, redução da ingestão de doces, etc. Não se deve dar nunca doces a uma criança que ainda não é capaz de escovar os dentes. Proibir a ingestão de doces ou os refrigerantes antes de deitar-se, quando a última bebida do dia deve ser um copo de água pura ou, no máximo, um suco de frutas. Escovar os dentes após cada refeição impede a formação das placas dentárias bem como o acúmulo dos açúcares fermentáveis nos interstícios dos molares e entre os dentes, o que diminui consideravelmente a produção de resíduos ácidos pelos micróbios da flora bucal. Essa produção também é diminuída pelo flúor. Entretanto, essa substância cário-protetora (que protege os dentes contra a cárie) não deve ser adicionada à alimentação ou tomada sob forma de produtos farmacêuticos fora do controle médico, pois a dosagem excessiva pode causar intoxicação crônica. Em compensação, os dentifrícios fluorados parecem inofensivos, mas também menos eficazes. A fluoração da água encanada parece dar melhores resultados, mas a longo prazo, reduzindo a freqüência da cárie dentária. Além dessas medidas preventivas, convém levar a criança ao dentista periodicamente, evitando, é claro, tornar essas visitas motivo de pânico. A cárie dentária deve ser evitada com insistência e se ocorrer, tratada o mais cedo possível, quando o tratamento será menos desagradável e mais eficaz. Consiste em limpar o ponto de cárie por meio de uma broca. A cavidade da cárie é em seguida fechada por meio de massa provisória, depois definitiva (amálgama de prata, ouro, porcelana, etc.), a que se denomina obturação. Se o dentista tiver razões para supor que o tratamento vai ser penoso, aplicará anestesia local ou loco-regional. Finalmente, devemos acrescentar que as recidivas são sempre possíveis, mesmo após cuidadosa obturação. Na maioria dos casos, essa recaída é culpa do próprio paciente que continua a transgredir as regras de higiene alimentar e buco-dentária. Se a cárie estiver muito avançada, o dente torna-se irrecuperável e o dentista é obrigado a arrancá-lo.

Nome: Ana Carolina

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